Insatisfações
É evidente que a vinda da Família Real trouxe grandes mudanças para o Brasil. Entretanto, não podemos deixar de mencionar que o apoio dos brasileiros ao governo de D. João não foi unânime. A insatisfação que parte da sociedade tinha em relação a sua administração foi tanta que, em 1817, culminou em um movimento separatista: a Revolução Pernambucana. A revolta, que teve início em 6 de março de 1817, contou com a adesão de diversos setores da sociedade, sendo liderada pelo Padre João Ribeiro, José de Barros Lima, José Martins, entre outras figuras da época.
Como exemplo de bandeiras defendidas pelos revoltosos, podemos destacar a exigência da tripartição do poder em Executivo, Legislativo e Judiciário, e a extinção da cobrança de impostos. Todavia, não demorou muito para que D. João ordenasse suas tropas a reprimir severamente o movimento, reação que levou muitos dos revolucionários a serem presos e até executados.
Anos mais tarde, em 24 de agosto de 1820, a cidade portuguesa do Porto viu eclodir uma ampla mobilização de caráter liberal e militar: a Revolução Liberal do Porto. Entre as propostas do movimento revolucionário, estavam o fim do absolutismo, a volta de D. João para Portugal e a restauração da colonização do Brasil. Após o término da revolução, houve ainda a constituição de uma Junta Provisional do Governo Supremo do Reino, administração encabeçada por José Gomes Freire de Andrade e António da Silveira Pinto da Fonseca. Vale pontuar que, no tocante à volta de D. João para Portugal e à derrubada do absolutismo no país, a Revolução Liberal do Porto conseguiu atingir seu objetivo. Assim, com o retorno do rei português, o caminho foi aberto para que o seu filho, D. Pedro I, emergisse a Príncipe Regente do Brasil.